01/11/2019

A inteligência emocional do advogado

Uma das principais habilidades profissionais do século XXI é a inteligência emocional, entendida como a capacidade de lidar e controlar suas emoções nos diversos ambientes e situações.

Quando pensamos nos profissionais da advocacia, a inteligência emocional é mais do que necessária, tendo em vista que o advogado lida com situações bastante delicadas, geralmente envolvendo problemas graves. E como o profissional desenvolve essa habilidade? Para entender melhor, vamos analisar os cinco pilares da inteligência emocional, elaborados por Daniel Goleman, considerado o patrono do assunto.

O primeiro pilar, a autoconsciência, pode ser entendida como o conhecimento que a pessoa tem de si mesmo, de suas emoções e do que provoca determinadas reações. Sobre isso, convém destacar o que fala Paul Ekman, psicólogo renomado no assunto, sobre as emoções. Estas são provocadas por um gatilho, que leva a um experiência, diante da qual produzimos uma resposta. Trazendo para a autoconsciência, podemos dizer que o profissional deve saber quais são os gatilhos que despertam suas reações, a fim de evitá-los.

A autorregulação diz respeito ao controle que temos sobre nossas emoções. Um dos pontos mais difíceis da inteligência emocional é justamente conseguir controlar seus impulsos. Para tanto, é preciso lembrar do primeiro pilar, no qual o profissional conhece suas emoções e os gatilhos que a despertam. Sabendo disso, podemos trabalhar esses gatilhos, de modo a evitar que eles aconteçam, ou, pelo menos, buscar ter uma resposta diferente da que costumamos ter.

Em terceiro, a automotivação, que consiste na capacidade de se motivar e manter-se motivado, independente de fatores externos. Quando você está motivado, é mais fácil manter o foco e evitar que pequenas situações nos levem a desviar do caminho. Além disso, permite que tenhamos coragem para enfrentar os desafios, sem desanimar ou desistir.

No caso da empatia, essa habilidade é imprescindível para o advogado, afinal, ele precisa entender a dor do outro para se dedicar ao caso. Também faz parte da inteligência emocional, tendo em vista que uma pessoa que sabe se colocar no lugar do outro, consegue entender melhor a motivação alheia e os comportamentos.

Por fim, as habilidades sociais, nas quais uma pessoa que tem desenvolvida sua inteligência emocional costuma ter bons relacionamentos interpessoais, ou seja, conseqgue se relacionar bem com os demais.

Trazendo para a advocacia, além de ser habilidade fundamental para o mercado de trabalho do século XXI, é imprescindível para os advogados. A nobre profissão da advocacia lida, na grande maioria das vezes, com os problemas alheios, com a dor do outro diante daquela situação.

Vivenciando situações tão difíceis, o advogado precisa ter desenvolvida sua inteligência emocional, na medida em que convive com os problemas, mas também possui a capacidade de desligar-se deles num momento de folga, por exemplo.

Além disso, quando atua, o advogado, por mais que se solidarize com o cliente, precisa dedicar-se ao processo como uma pessoa neutra, com a cabeça leve. Não significa não se importar com o cliente, mas saber lidar com a situação enquanto trabalha no processo.

A inteligência emocional também se realiza quando, mesmo colocando toda sua dedicação naquele caso, a justiça ainda assim não reconhece o direito. E, depois da negativa, vai até o cliente dar a notícia difícil.

Quanto a área criminal, muitas vezes a inteligência emocional do advogado é percebida quando ele consegue separar a atitude de quem ele defende, entendendo que ali atua na defesa da lei, ou seja, não defende o crime, a atitude, mas sim a lei. E ainda precisa lidar com a imprensa, as pessoas que não concordam com sua atuação por não entenderem sobre justiça.

Por fim, o advogado existe fora de sua atuação: é uma pessoa dotada de emoções, com sua própria história e suas dores. Além de lidar com a dor do outro, precisa também lidar com a sua dor. Deve-se preocupar com sua saúde mental e física, além do trabalho.

Você, caro leitor, que chegou ao fim deste texto, lembre-se de analisar cada ponto e verificar como você pode fazer para evoluir nessas situações, especialmente se sente que não tem controle sobre suas emoções. Esteja atento ao que foi falado para que consiga atuar bem e de forma inteligente emocionalmente falando.

Nome: Laís Farinelli Menusi                                                          Turma: Professora
Orientador(a): Laís Farinelli Menusi                                            Curso: Gestão Jurídica

Euro Anglo Unidade de Ribeirão Preto/SP

 

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