25/07/2019
Introdução
A síndrome da disfunção cognitiva (SDC) possui alguns sinais clínicos como: desorientação, mudanças no ciclo de sono, alterações nas relações com outros animais ou donos, defecar e/ou urinar em locais diferentes, não responder ou demorar a responder a estímulos e não reconhecer o próprio nome.
Predisposição
A SDC é uma disfunção que atinge cães a partir dos seis ou sete anos de idade, a fase em que o animal começa a entrar na velhice, fazendo com que fique mais pré-disposto a possuir SDC. Porém nem todos os cães idosos irão possuí-la, os sinais apresentados acima também podem ser devidos a tumores cerebrais ou outras doenças neurológicas. Somente após o descarte de outras causas para esses sinais e a exclusão de outras doenças neurológicas que o diagnóstico de SDC pode ser realizado.
Diagnóstico
Mesmo com a identificação destes sinais o diagnóstico definitivo é realizado através da anamnese – onde se monta um questionário com perguntas sobre os sinais clássicos da doença, exames neurológicos, hemograma, bioquímicos, exames neuropsicológicos e exames complementares, estes últimos são realizados para a exclusão de qualquer outra doença que possua os mesmos sintomas que a SDC. Os exames neuropsicológicos permitem um diagnostico preciso. É realizado em laboratório através de diversos testes, entretanto não é realizado em consultas de rotina, devido à difícil aplicabilidade. O questionário é uma forma de fazer um exame neuropsicológico de maneira mais simples. Estes questionários devem possuir diversas perguntas que investiguem o comportamento do paciente, também podem ser utilizados para controlar a resposta ou a progressão da doença no animal. Por meio destas perguntas é possível identificar mudanças comportamentais discretas e assim realizar um diagnóstico antecipado, melhorando o prognóstico do paciente. Somente após estes exames que é possível identificar se o paciente possui realmente a disfunção ou algum outro tipo de doença neurológica.
Tratamento
O objetivo do tratamento da SDC é retardar/reverter a sua progressão, melhorando a qualidade de vida do paciente e reduzindo os sinais clínicos; a disfunção não possui cura. O tratamento recomendado para cães que possuem SDC é a mudança na nutrição do paciente, suplementando sua alimentação com antioxidantes; o enriquecimento ambiental e o uso de medicamentos.
A suplementação de alimentos com antioxidantes na dieta do paciente ajuda a reduzir os danos causados no sistema neurológico, os antioxidantes melhoram a memória e o aprendizado dos cães idosos, que são os que mais são acometidos por SDC.
Dentre os suplementos que podem ser usados estão as vitaminas E e C, ácido alfalipóico, l-carnitina e a ingestão de frutas e vegetais.
O enriquecimento ambiental estimula o animal através de brinquedos, truques, passeios e atividades que visam fazer com que o paciente não fique parado e recolhido em um local apenas.
Com a melhora do físico, o psicológico também melhora, fazendo com que o paciente tenha uma qualidade de vida elevada.
A terapia com fármacos visa diminuir os sinais clínicos nos animais. E também melhorar sua qualidade de vida, alguns medicamentos que já foram utilizados em pacientes, e tiveram bons resultados segundo seus proprietários são a selegilina, que aumenta os níveis de dopamina no cérebro e também têm antioxidantes, além de outras vantagens por inibi-los; a propentofilina, que aumenta a circulação sanguínea no cérebro estimulando a sua atividade.
Conclusão
Com os avanços da Medicina Veterinária os animais passam a ter uma vida mais longa e os estudos e diagnósticos das doenças senis estão avançando, com o tempo cada vez mais animais irão possuir uma qualidade de vida melhor em sua velhice.
O diagnóstico da disfunção deve ser realizado da maneira mais precoce possível, o proprietário do cão deve ser atento com relação a ele nessa etapa de vida. Após o diagnóstico com um Médico Veterinário, o tratamento deve ser planejado junto com o dono do paciente de forma a melhor atender as necessidades do animal.
Essa doença é pouco divulgada e por isto muitos animais podem possuí-la e seus donos não a identificarem. A SDC está começando a ser mais pesquisada e diagnosticada, podendo assim ajudar mais animais.
Referências Artigo: CARVALHO DA SILVA, Bruna et al. Síndrome da disfunção cognitiva canina: revisão de literatura. Revista Acadêmica Ciência Animal, [S.l.], v. 16, p. 1 – 8, ago. 2018. ISSN 2596-2868. Disponível em: . Acesso em: 26 maio 2019. doi:http://dx.doi.org/10.7213/1981- 4178.2018.161108. TCC: Autor: Teixeira, Helena Oyarzabal Tutor: Araújo, Ana Cristina Pacheco de http://hdl.handle.net/10183/69650
Aluna: Júlia Victória Gaspar Diez
Docente: Beatriz Faiana
Euro Anglo Unidade Ribeirão Preto - SP
Síndrome da disfunção cognitiva em cães