25/03/2020
Apesar de seu tamanho minúsculo, a abelha é considerada, sim, um animal peçonhento, principalmente quando suas vítimas são atacadas por enxames. No Brasil, cerca de 15 mil pessoas sofrem acidentes provocados por picadas de abelhas africanizadas (a mais comum no Brasil e no mundo), sendo que 50 delas chegam até mesmo ao óbito. Isso ocorre porque o veneno da abelha libera muitas substâncias tóxicas, que provocam hemorragias, queda de pressão, tontura, visão turva, destroem as células vermelhas, os músculos e os rins.
Felizmente, assim como acontece com as vítimas de ataques de aranhas, cobras e escorpiões, agora existe um antídoto para esse caso também. Produzido pelo Instituto Vital Brazil, o novo soro antiapílico visa tratar pacientes que sofrem múltiplas picadas de abelhas. Além disso, terá disponibilidade na rede pública.
O processo de extração é um pouco delicado, visto que, ao atacar para se defender ou defender a colméia, a abelha morre após deixar o ferrão no animal ou na pessoa. Então foi desenvolvido um método em que uma placa de acrílico coberta com fios de arame eletrificados é instalada na boca da colmeia. Ao passar pela placa intrusa, a abelha leva um pequeno choque de 12 volts e ataca. Como não crava o ferrão, simplesmente despeja um pouco do veneno, o animal não sente dor.
Depois da captação, é injetado em animais com grande volume de sangue, como cavalos. Eles não se intoxicam com o veneno e seu sistema imunológico produz anticorpos contra aquele antígeno, que que formarão a base ativa do soro.
A anvisa já autorizou os testes em humanos. Na primeira fase, 20 pacientes passarão por rígidos critérios de inclusão e exclusão, para definir quais têm a indicação de soroterapia específica e a dose necessária. Após a escolha dos pacientes e aplicação do soro por via intravenosa, os pesquisadores passarão para o teste de fase III com mais de 300 pacientes. A previsão é que no mês de abril o soro seja aplicado nos primeiros voluntários. E por ser início do inverno, o número de acidentes por abelhas tende a diminuir. Mas a partir de setembro e outubro eles voltarão com mais frequência.
Por enquanto, a soro antiapílico é destinado somente em casos em que a pessoa é atacada por um enxame de abelhas, pois mesmo para quem não tem alergia a morte é certa. Em casos nos quais a pessoa levou apenas uma picada, mesmo tendo alergia, é utilizado medicamentos e tratamentos convencionais. O que é compreensível, levando em conta o quanto é difícil extrair o veneno do animal. Ainda assim, é um produto estratégico que salvará muitas vidas e, futuramente, poderá ser usado não só no Brasil, onde está sendo desenvolvido, mas também poderá ser exportado para países nos quais também há presença de abelhas africanizadas.
Referências
D:\Perfil\Desktop\Autorizados testes em humanos de soro contra picadas de abelhas.mht
Alunos: Jessiane Gomes, Emilly Daiana, Isabelle da Silva, Irlany Ribeiro Carvalh e Milene Fernanda Rodrigues
Turma: 708 / farmácia
Orientadora: Mayara Gomes
Euro Anglo Unidade Piracicaba - SP
Soro antiapílico